terça-feira, 27 de outubro de 2009

Leis da Gestalt

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A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade e outras que veremos a seguir. São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt:

PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.

SEMELHANÇA: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Essa semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.

CONTINUIDADE: Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção específica.

PREGNÂNCIA:
A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.

EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.

CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.

A psicologia da Gestalt também fala da questão da “figura/fundo” que seria a tendência de organizar as percepções do objeto sendo visto e do fundo sobre o qual ele parece. Essa questão pode ser vista da seguinte maneira, figura seria aquilo que nós procuramos ou voltamos a atenção e fundo seria o contexto no qual a figura está inserida, como por exemplo: quando você está com fome e busca um restaurante e o encontra, a figura é o restaurante e o fundo seria a rua. Assim como as páginas para o livro, as letras para o papel


Um exemplo gráfico sobre as leis da Ges
talt:

Lei da Semelhança
A lei da semelhança defende que coisas que possuem algum tipo de semelhança parecem estar agrupadas. O agrupamento pode ocorrer tanto nos estímulos visuais quanto nos auditivos.

Itens que são similares tendem a ser agrupados juntos.
Na imagem acima, a maioria das pessoas vê colunas verticais de círculos e quadros.


Lei da Pregnância

A palavra pregnância provém do termo alemão pragnanz, que tem o significado de “boa forma” ou “boa figura”. A lei da pregnância é referida como lei da boa forma ou a lei da simplicidade. Esta lei defende que objetos no ambiente são vistos de modo que se constituam o mais simples possível.

A realidade é organizada ou reduzida à forma mais simples possível.
Por exemplo, nós vemos a imagem acima preferivel
mente como uma série de círculos, ao invés de uma forma muito mais complexa.


Lei da Proximidade

De acordo com a lei da proximidade, as coisas que estão próximas umas das outras parecem formar um grupo só.

Objetos próximos um do outro tendem a ser agrupados
Os círculos da esquerda parecem estar agrupados em colunas verticais, enquanto os da direita aparentam estar agrupados em fileiras horizontais.


Lei da Continuidade

A lei da continuidade defende que que pontos que estão conectados por linhas retas ou curvas são vistas de modo que sigam o caminho mais suave. Ao invés de ver linhas e ângulos separados, as linhas são vistas como estando agrupados juntos.

As linhas são vistas seguindo o caminho mais suave
Na imagem acima, o ramo superior é visto como continuando o primeiro segmento da linha. Isto nos permite ver as coisas como um fluxo suave, se
m romper a linha de cima em múltiplas partes.


Lei da Clausura
De acordo com a lei da clausura, as coisas são agrupadas juntas se elas parecem completar alguma entidade. Nossa mente freqüentemente ignora informações contraditórias e completam um fechamento na informação.

Objetos agrupados juntos são vistos como um todo.
Nós tendemos a ignorar lacunas e completar linhas de contorno. Na imagem acima não há triângulos ou círculos, mas nossas mentes completam as informações faltantes para criar formas e imagens familiares.



www.psicologado.com.br

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Memorial descritivo

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O memorial descritivo deve conter todas as informações do projeto. A definição da necessidade, a pesquisa, as idéias e a bibliografia. Deve ser redigido de forma clara e organizada. Esse descritivo é o principal registro do projeto e é ele, junto com as ilustrações e/ou mockups, que serão colocados a apreciação do cliente.

O conteúdo do memorial descritivo é
constituído de quatro fontes inter-relacionadas ao objeto:
  • Impressões pessoais do Designer;
  • Informações históricas e sobre a evolução do objeto em relação ao mercado;
  • Informações relacionadas à instria e implicações técnicas, materiais, logísticas e ambientais;
  • Informações relacionadas ao impacto do objeto no mercado e a projeção em relação ao faturamento e marketing.
Esse conjunto de fontes não é necessariamente a única forma de relatar todo o processo criativo, uma vez que se dispõe de conteúdo técnico e subjetivo [criação]. Na verdade não há uma regra, é apenas uma sugestão para adquirir dados e organizá-los de forma prática. É um processo pessoal e a forma de relatar e traduzir as informações pode ser desenvolvida através da experiência.

Desenho Técnico
.

Deve transmitir com precisão a forma final d
o objeto. No desenho técnico não pode haver dúvidas quanto ao raciocínio do conceito e, portanto, deve conter todos os detalhes, cortes, indicações, aplicações e medidas de acordo com o projeto. Pode ser feito em uma escala maior ou menor do objeto. Geralmente o conjunto de desenhos são apresentados em pranchas contendo as vistas frontal, lateral, superior e perspectiva explodida.



Rendering

É uma das peças mais importantes da apresentação. A ilustração do objeto é que vai impactar na decisão de fabri
cação. O rendering deve ter um apelo visual forte e sempre deve apresentar o objeto em perspectiva contrastando com uma composição de fundo para dar a sensação de realidade. A perspectiva é utilizada para expressar o volume e detalhes do objeto com melhor entendimento, pois, é uma forma de apresentar a idéia dentro de um aspecto visual que os olhos estão "acostumados" a ver.

O objetivo da ilustração não é ser realista mas expressar o volume e textura do objeto. Não é aconselhável que a ilustração seja menor que o formato A3, no caso da manual, pois o espaço é pequeno para se trabalhar com os materiais.

Pode estar nas configurações paisagem ou retrato.





Mockup/Maquete
.
O mockup é uma forma de representação tridimensional do objeto e tem grande apelo visual na apresentação. É uma “cópia” o objeto proposto sem ou com alguma funcionalidade. Podem ser usados vários materiais considerando a facilidade de construção, a consistência e a textura.




Fonte: www.brasilrender.com.br

PERCEPÇÃO

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Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

A percepção de cores: um dos aspectos da percepção visual.


O estudo da percepção.

A percepção é um dos campos mais antigos da pesquisa psicológica e existem muitas teorias quantitativas e qualitativas sobre os processos fisiológicos e cognitivos envolvidos. Os primeiros a estudar com profundidade a percepção foram Hermann von Helmholtz, Gustav Theodor Fechner e Ernst Heinrich Weber, A Lei de Weber-Fechner é uma das mais antigas relações quantitativas da psicologia experimental e quantifica a relação entre a magnitude do estímulo físico (mensurável por instrumentos) e o seu efeito percebido (relatado). Mais adiante Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig em 1879.

Na filosofia, a percepção e seu efeito no conhecimento e aquisição de informações do mundo é objeto de estudo da filosofia do conhecimento ou epistemologia. Em geral a percepção visual foi base para diversas teorias científicas ou filosóficas. Newton e Goethe estudaram a percepção de cores e algumas escolas, como a Gestalt, surgida no Século XIX e escolas mais recentes, como a fenomenologia e o existencialismo baseiam toda a sua teoria na percepção do mundo.

Percepção e realidade.

Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

Muitos psicólogos cognitivos e filósofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar pelo mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona (paradigma. Ou seja, elas sentem o mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente é provisório, da mesma forma que uma hipótese científica é provisória até ser comprovada ou refutada ou novas informações serem acrescentadas ao modelo.

À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Diversos experimentos com percepção visual demonstram que é possível notar a mudança na percepção ao adquirir novas informações. As ilusões de óptica e alguns jogos, como o dos sete erros se baseiam nesse fato. Algumas imagens ambíguas são exemplares ao permitir ver objetos diferentes de acordo com a interpretação que se faz. Em uma "imagem mútável", não é o estímulo visual que muda, mas apenas a interpretação que se faz desse estímulo.

Assim como um objeto pode dar margem a múltiplas percepções, também pode ocorrer de um objeto não gerar percepção nenhuma: Se o objeto percebido não tem embasamento na realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, não percebê-lo. Os primeiros relatos dos colonizadores da América relataram que os índios da América Central não viram a frota naval dos colonizadores que se aproximavam em sua primeira chegada. Como os navios não faziam parte da realidade desses povos, eles simplesmente não eram capazes de percebê-los no horizonte e eles se misturavam à paisagem sem que isso fosse interpretado como uma informação a considerar.

Somente quando as frotas estavam mais próximas é que passaram a ser visíveis. Qualquer pessoa nos dias atuais, de pé em uma praia espera encontrar barcos no mar. Eles se tornam, portanto, imediatamente visíveis, mesmo que sejam apenas pontos no horizonte.

Passa-se a considerar cada vez mais a importância da pessoa que percebe, durante o ato da percepção. A presença e a condição do observador modificam o fenômeno.

As percepções são normais se realmente correspondem àquilo que o observando vê, ouve e sente. Contudo, podem ser deficientes, se houver ilusões dos sentidos ou mesmo alucinações.
Esta ambiguidade da percepção é explorada em tecnologias humanas como a camuflagem, mas também no mimetismo apresentado em diversas espécies animais e vegetais, como algumas borboletas que apresentam desenhos que se assemelham a olhos de pássaros, que assustam os predadores potenciais. Algumas flores também possuem seus órgãos sexuais em formatos atraentes para os insetos polinizadores.

Teorias cognitivas da percepção assumem que há uma pobreza de estímulos. Isto significa (em referência à percepção) que as sensações, sozinhas, não são capazes de prover uma descrição única do mundo. As sensações necessitam de enriquecimento, que é papel do modelo mental. Um tipo diferente de teoria é a ecologia perceptual, abordagem de James J. Gibson. Gibson rejeita a tese da pobreza de estímulos ao mesmo tempo que rejeita que a percepção seja o resultado das sensações. Ao invés disso, ele investigou quais informações são efetivamente apresentadas aos sistemas perceptivos. Ele e outros psicólogos que trabalham com esse paradigma explicam como o mundo pode ser explicado como um organismo móvel através de leis de projeção da informação sobre o mundo em matrizes de energia.

Imagem ambígua. O animal da figura pode ser um coelho ou um pato. Um exemplo de "percepção mutável"

Fatores que influenciam a perc
epção.

O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os fatores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo).

Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão, um dos sentidos que fazem parte da percepção do mundo.


Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal (por exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal).

Os fatores internos que mais influenciam a atenção são a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e o fenômeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos (por exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam a mesma atenção no Japão).


Princípios da percepção
.

Na percepção das formas, as teorias da percepção reconhecem quatro princípios básicos que a influenciam:
  • A tendência à estruturação ou princípio do fechamento - tendemos a organizar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes;
  • Segregação figura-fundo - explica que percebemos mais facilmente as figuras bem definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e mal contornados (por exemplo, um cálice branco pintado num fundo preto);
  • Pregnância das formas ou boa forma - qualidade que determina a facilidade com que percebemos figuras bem formadas. Percebemos mais facilmente as formas simples, regulares, simétricas e equilibradas;
  • Constância perceptiva - se traduz na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança).
Em relação à percepção da profundidade, sabe-se que esta advém da interação de fatores orgânicos (características do nosso corpo) com fatores ambientais (características do meio ambiente). São exemplos dos fatores orgânicos: a acomodação do cristalino que é uma espécie de lente natural de que dispomos para focar convenientemente os objetos; e a convergência das linhas de visão (a posição das linhas altera-se sempre que olhamos para objetos situados a diferentes distâncias).

Para exemplificar os fatores ambientais temos o princípio do contraste luz-sombra (as partes salientes dos objetos são mais claras que as restantes, em função da iluminação recebida) e a grandeza relativa (a profundidade pode ser representada variando o tamanho e a distância dos objetos pintados. Os objetos mais distantes parecem-nos mais pequenos do que aqueles que estão mais próximos).


Princípio da figura e fundo. Percebemos um vaso ou duas faces se entreolhando, dependendo da escolha do que é figura (o tema da imagem) e o que é fundo.

Tipos de Percepção.

O estudo da percepção distingue alguns tipos principais de percepção. Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais utilizados na caça e na proteção contra predadores). Também é por essa razão que as artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da invenção da escrita. As demais formas de percepção, como a olfativa, gustativa e tátil, embora não associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afetividade e na reprodução.

Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade de percepção temporal e espacial.

A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela psicologia da percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção foram desenvolvidos a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepção visual. Todos os princípios da percepção citados acima, embora possam ser extrapolados a outras formas de percepção, fazem muito mais sentido em relação à percepção visual. Por exemplo, o princípio do fechamento é mais bem compreendido em relação a imagens do que a outras formas de percepção.

  • A percepção visual compreende, entre outras coisas:
  • Percepção de formas;
  • Percepção de relações espaciais, como profundidade. Relacionado à percepção espacial;
  • Percepção de cores;
  • Percepção de intensidade luminosa;
  • Percepção de movimentos.
O triângulo de Kaniza demonstra o princípio do fechamento. Tendemos a ver um triângulo branco sobreposto à figura, como uma figura completa e fechada, embora ele só seja sugerido por falhas nas demais formas que compõem a figura.


A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os fenômenos sonoros. Uma aplicação particularmente importante da percepção auditiva é a música. Os princípios gerais da percepção estão presentes na música. Em geral, ela possui estruturação, boa-forma, figura e fundo (representada pela melodia e acompanhamento) e os gêneros e formas musicais permitem estabelecer uma constância perceptiva.

Entre os fatores considerados no estudo da percepção auditiva estão:
  • Percepção de timbres;
  • Percepção de alturas ou freqüências;
  • Percepção de intensidade sonora ou volume;
  • Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de percepção temporal;
  • Localização auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir o local de origem de um som.
O olfato é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente tênue nos humanos, mas é importante para a alimentação. A memória olfativa também tem uma grande importância afetiva. A perfumaria e a enologia são aplicações dos conhecimentos de percepção olfativa. Entre outros fatores a percepção olfativa engloba:
  • Discriminação de odores, que estuda o que diferencia um odor de outros e o efeito de sua combinação;
  • O alcance olfativo.
Em alguns animais, como os cães, a percepção olfativa é muito mais desenvolvida e tem uma capacidade de discriminação e alcance muito maior que nos humanos.

Perfumes

O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. A arte culinária e a enologia são aplicações importantes da percepção gustativa. O principal fator desta modalidade de percepção é a discriminação de sabores.

O tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permitem reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura. Além disso, o tato é importante para o posicionamento do corpo e a proteção física.

O tato não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tato tem papel importante na afetividade e no sexo. Entre os fatores presentes na percepção tátil estão:
  • Discriminação tátil, ou a capacidade de distinguir objetos de pequenos tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em Braille);
  • Percepção de calor;
  • A percepção da dor.
Uma placa de sinalização em Braille


Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio conceito da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e físicos, bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência).

A percepção temporal já foi objeto de diversos estudos desde o século XIX até os dias de hoje, quando é estudado por técnicas de imagem como a ressonância magnética. Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de fenômenos relevantes à percepção temporal:
  • a percepção das durações;
  • a percepção e a produção de ritmos;
  • a percepção da ordem temporal e da simultaneidade.

Resta saber se estes diferentes domínios da percepção temporal procedem dos mesmos mecanismos ou não e também algumas novas considerações que decorrem da escala de tempo utilizada. Segundo o psicólogo francês Paul Fraisse, é preciso distinguir a percepção temporal (para durações relativamente curtas, até alguns segundos) e a estimativa temporal que é designada como a apreensão de longas durações (desde alguns segundos até algumas horas).

Estes fatores envolvem ainda os ciclos biológicos, como o ritmo circadiano.

Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas as distâncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objetos. A razão para separar a percepção espacial das outras modalidades repousa no fato de que aparentemente a percepção espacial é supra-modal, ou seja, é compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal. Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou o som) está aproximando-se ou afastando-se. O lobo parietal do cérebro representa um papel importante neste tipo de percepção.

Propriocepção é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno e responsável pelo equilíbrio.

O conjunto das informações dadas por esses receptores permitem, por exemplo, desviar a cabeça de um galho, mesmo que não se saiba precisamente a distância segura para se passar, ou mesmo o simples fato de poder tocar os dedos do pé e o calcanhar com os olhos vendados, além de permitir atividades importantes como andar, coordenar os movimentos responsáveis pela fala, segurar e manipular objetos, manter-se em pé ou posicionar-se para realizar alguma atividade.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ILUSTRAÇÃO

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É
uma imagem pictórica, geralmente figurativa, embora algumas raras vezes também abstrata, utilizada para acompanhar, explicar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. Embora o termo seja usado frequentemente para se referir a desenhos, pinturas ou colagens, uma fotografia também é uma ilustração. Além disso, a ilustração é um dos elementos mais importantes do design gráfico.

São comuns em jornais, revistas e livros, especialmente na literatura infanto-juvenil (assumindo, muitas vezes, um papel mais importante que o texto), sendo também utilizadas na publicidade e na propaganda. Mas existem também ilustrações independentes de texto, onde a própria ilustração é a informação principal. Um exemplo seria um livro sem texto, não incomum em quadrinhos ou livros infantis.


Ilustração de Alfred Smedberg,Goeth

A ilustração editorial tem origens na Iluminura, utilizada largamente na Idade Média nos manuscritos, mas atualmente difere desta por se servir de meios mecânicos (e mais recentemente de meios fotomecânicos e digitais) para a sua reprodução. Portanto, a sua evolução e história está intimamente ligada à imprensa e à gravura.

A ilustração possui uma tradição antiga que remonta às primeiras formas pictóricas, continuando pela Revolução Industrial até a nossa era digital. Atualmente essa tradição tem sido especialmente importantes para as histórias em quadrinhos e a animação.



Em princípio, o que distingue a ilustração das histórias em quadrinhos é não descrever, necessariamente, uma narrativa sequencial, mas por sintetizar ou caracterizar conceitos, situações, ações ou, até mesmo, determinadas pessoas como é o caso da caricatura.

Usos da ilustração

Cartaz
Ilustração científica
Infografia
Publicidade
Storyboard

Ilustração Infantil
Anúncio
Outdoor
Desenho animado

Cenário
Ilustração de rua

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ARTE MODERNA

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Sob essa denominação podem ser considerados, generalizadamente, os diversos movimentos artísticos que se originaram no decurso do século XX.

A denominação “Arte Moderna”. Muito embora internacionalmente aceita, e por isso aqui adotada, a expressão “arte moderna” merece reparos:

1 - não existe uma arte moderna em oposição a uma arte antiga e nitidamente separada dela: pelo contrário, toda arte é moderna, no sentido de que acompanha (e não raro ultrapassa) o espírito da época em que surge. Assim, Giotto é moderno em relação a Cimabue, e Masaccio em relação a Giotto;

2 - arte moderna pode ser a denominação adequada para a arte correspondente à Era Moderna, iniciada, como é sabido, em 1453: Renascença, Maneirismo, Barroco, Rococó, Neoclassicismo, Romantismo, Impressionismo e os diversos movimentos artísticos que se seguiram ao Impressionismo não passariam, assim, de subdivisões da arte moderna, que desta arte compreenderia cinco séculos: XVI ao atual.

Precursores da Arte Moderna. Cézanne, Gauguin e Van Gogh são considerados os três grandes precursores da Pintura moderna, prendendo-se a contribuição original do primeiro ao espaço, do segundo à composição e do terceiro à cor. Paul Cézanne pode ser considerado como precursor conjuntamente do Expressionismo (“Tentação de Santo Antonio”, de 1867), do Fauvismo e sobretudo do Cubismo (“Jogadores de Cartas”). Num inquérito levado a efeito em 1953, Braque, Jacques Villon, Léger e diversos outros pintores reconheceram sua dívida para com o pintor de Aix-em-Provence, afirmando peremptoriamente: “Todos partimos da obra de Cézanne.”

Paul Gauguin influenciou também os fauves, e foi o primeiro a chamar a atenção, no Ocidente, para a arte primitiva e para a arcaica. Sua contribuição maior à arte do século XX reside no fato de ter sido ele o precursor dos pintores não figurativos, pela rejeição deliberada do modelado, dos valores, da perspectiva linear, etc.

Vincent van Gogh, afinal, influenciou, com seu colorido, os fauves e, com a carga emotiva de sua arte, os expressionistas.

O Fauvismo (fauve=fera, em francês) foi a primeira revolução artística do século XX, e se manifestou de 1905 a 1907. A rigor, não chega a constituir uma escola, sendo antes um grupo de pintores com idéias afins. Tal grupo expôs, pela primeira vez, em 1906, no Salão dos Indenpendentes. Liderava-o Matisse, sem dúvida o representante mais notável da tendência.

Foi o crítico Vauxcelles quem deu nome ao movimento, ao dizer de uma escultura neoclásssica de Marque, rodeada de telas de cores violentas, dos companheiros de Matisse, que parecia “Donatello entre feras”. A nova denominação substituiu as anteriores: pintura incoerente e pintura invertebrada.

Os pintores fauves pertenceram a três sub-grupos: o do atelier de Gustave Moreau e da Academia Carrière (Marquet, Manguin, Camoin), o Chatou (Dérain, Vlaminck) e o do Havre (Friesz, Dufy, Braque). Kees van Dongen, que aderiu ao Fauvismo, manteve-se independente.

Tecnicamente, caracteriza-se pela equivalência da luz e pela construção do espaço com o auxilio exclusivo da cor; pela abolição do modelado e do jogo de luzes e sombras; pela simplificação dos meios expressivos até ao mínimo necessário; enfim, pela correspondência entre o elemento expressivo e o decorativo, com o apoio da composição.

Coube ainda a Louis Vauxcelles batizar o Cubismo, ao dizer da pintura de Braque, ao que parece retomando um dito de Matisse, que não passava de “bizarrices cúbicas” (1908).

O Cubismo durou de 1908 a 1914, e não tinham seus adeptos grandes preocupações teóricas (Picasso: “Quando fizemos o Cubismo, não tínhamos qualquer intenção de fazê-lo, mas sim de exprimir o que estava em nós”).

Historicamente é possível distinguir entre Cubismo cézanniano (1907-1909), analítico (até 1912) e sintético (até 1914). A primeira etapa começa com grandes retrospectivas de Seurat e sobretudo Cézanne em Paris, ao mesmo tempo em que a Escultura africana aparece em cena.

De 1907 é “As Donzelas de Avignon”, de Picasso, considerada a primeira obra cubista. Em 1908 forma-se o grupo do Bateau-Lavoir, ao qual pertencem Apollinaire, autor de Pintores Cubistas e teórico máximo do movimento, Salmon, os Stein, etc. Os principais nomes a realçar nessa fase são os de Picasso e Braque.

A fase analítica, denominação devida a Juan Gris, caracteriza-se pela decomposição crescente da forma: passa-se a dar, de um mesmo objeto, uma série de aspectos diferentes, retratando-se esse objeto não como é visto, mas como se sabe que é. O Cubismo analítico é, sob certos ângulos, a última conseqüência da Pintura representativa.

Quanto ao Cubismo sintético, teve em Gris e em Léger seus principais adeptos. Signos plásticos tomam o lugar do processo imitativo, do qual começa a emancipar-se rapidamente a Pintura. “De um cilindro faço uma garrafa”, afirmou certa vez Juan Gris, numa frase que bem traduz a essência do Cubismo sintético, e que se opõe àquela outrora pronunciada por Cézanne: “Tratar a natureza por meio do cilindro, da esfera, do cone...”

A guerra de 1914 pôs fim ao período criador do Cubismo, ao mesmo tempo em que, simbolicamente, sacrificava Guillaume Apollinaire, o grande exegeta do movimento.

Surgiu em 1909, com o Manifesto Futurista publicado no Le Figaro, e de autoria do poeta italiano Marinetti. Os principais componentes do grupo foram Carrà, Boccioni, Russolo, Balla e Severini. Estende-se a fase áurea do movimento até 1918 e se prolonga até bem mais tarde, se bem que já sem a vitalidade inicial, na obra dos pintores como Rosai, Sironi, Prampolini.

Tecnicamente o Futurismo pode ser definido como uma tentativa de adicionar o elemento dinâmico ao Cubismo, essencialmente estático. Sua grande contribuição à arte moderna consiste em ter despertado, com sua irreverência e rebeldia, aquilo a que se denominou de espírito moderno, e que iria fecundar de então por diante toda a arte do século XX.

O Expressionismo não é um movimento, mas uma constante da arte, manifestando-se de preferência em épocas de crises. O ódio racial e o genocídio, duas conflagrações mundiais e toda espécie de desajustamentos sociais, culminando com o estabelecimento das grandes ditaduras européias, explicam decerto a extraordinária vitalidade do Expressionismo, no século atual.

Entre os precursores do moderno Expressionismo estão Van Gogh, Lautrec, Ensor, Munch e Hodler. A tendência surgiu por volta de 1910, conjuntamente em Munique e em Berlim, quando o grupo Cavaleiro Azul recebeu em seu seio quase todos os ex-componentes do grupo A Ponte, o qual foi, a seu turno, uma espécie de réplica germânica do Fauvismo. Dentro do Expressionismo formaram-se inúmeros subgrupos, como os já citados A Ponte (diretamente inspirado de Van Gogh, da Arte Negra e do Fauvismo) e do Cavaleiro Azul (de tendência abstrata), e como a Nova Objetividade, que quase pode ser definida como um figurativismo beirando a caricatura, e eivado de sátira feroz.

O Expressionismo, que o crítico Langui acertadamente definiu como uma mistura da melancolia nórdica com o misticismo eslavo, a rusticidade flamenga, a angustia judaica e todasorte de obsessão germânica, espraiou-se da Alemanha para toda a Europa, e para a América, contando entre seus adeptos Rohlfs, Modersohn-Beker, Barlach, Hofer, Kokoschka, Kandinski, Feininger, Klee, Jawlensky, Dix, Kollwitz, Grosz, etc., nos países germânicos; Rouault e Grommaire, em França; De Smet, Van den Berghe e Permeke, na Bélgica; Sluyters, na Holanda; Solana, na Espanha; Soutine na Lituânia; Bem Shahn e De Kooning, nos E.U.A.; Rivera, Orozco, Tamayo e Siqueiros, no México; Portinari e Segall, no Brasil.

O Expressionismo reagiu contra o impressionismo e o Naturalismo, opondo-se à afirmativa de Zola, segundo a qual a arte seria “a natureza vista através de um temperamento”. Para os expressionistas, o temperamento deve sobrepujar a natureza. A linha no desenho de índole expressionista, adquire valor fundamental, ao mesmo tempo em que as cores simples, elementares, passam a substituir os tons e nuances impressionistas. A própria cor adquire valor de símbolo, como queria Van Gogh, o Van Gogh que escreveu ter procurado, com emprego do vermelho e do verde, “exprimir as terríveis paixões humanas”...

O Construtivismo surgiu na Rússia por volta de 1913, com Tatlin, Gabo, Pevsner, El Lissitzky. Reagia contra os excessos do Cubismo e do Expressionismo. Os construtivistas retornaram ao cilindro, à esfera e ao cone cézannianos, restringindo-se ao uso das cores primárias. Foram os primeiros a trazer para a arte moderna a paixão pela máquina e pelo produto oriundo da técnica.

Movimento afim ao construtivista surgiu na Holanda, em 1917: o encabeçado pela equipe da revista O Estilo (Van Doesburg, Vantongerloo, sobretudo, Piet Mondrian). O Estilo surgiria o Neoplasticismo de Mondrian (1920), cuja influência seria muito grande, gerando inclusive, no Brasil, os movimentos concreto e neoconcreto, ambos de fins da década de 1950.

Suprematismo, nascido do Construtivismo, é dele diferenciável por uma ainda maior austeridade. Malevitch foi o seu criador, em 1913. O Suprematismo é o limite extremo a que chegou a Pintura de índole não-representativa.

Arte Metafísica, desenvolveu-se entre 1910 e 1917, graças a De Chirico, Carrà, Morandi e Severini. Trata-se de um estilo fantástico, no qual vistas de cidades, paisagens desoladas, estranhas naturezas mortas e figuras compósitas são tratadas como se não pertencessem ao mundo físico. Desde Bosh e Arcimboldo, não atingia a arte ocidental a tão elevado grau de abstração e fantasia.

O movimento dadaísta irrompeu ao mesmo tempo na França, com André Breton, Eluard, Soupault; na Suíça, com Tristan Tzara e Arp; nos E.U.A., com Marcel Duchamp; na Alemanha, com Schwitters. Inspiravam-no os escritos de Lautréamont e as colagens de Picasso, bem como a arte metafísica de De Chirico. Estilo de após-guerra, afirmava como essência e finalidade de tudo, da arte inclusive, o absurdo. Até 1922 caracterizou-o um feroz niilismo; de então por diante (e esse seu título maior) preparou o caminho para o Surrealismo, com o qual terminaria por se confundir.

A arte metafísica, o Dadaísmo e os escritos de Freud originaram o Surrealismo, já anunciado por artistas como Bosh, Baldung Grien, Arcimboldo, Goya, Füssli, etc. O Surrealismo não busca a destruição da cultura, como o Dadaísmo: pelo contrário, coloca-se numa posição construtivista. As bases do movimento estão no Manifesto de 1924, redigido pelo poeta André Breton, para quem o Surrealismo se resume “no automatismo psíquico puro, pelo qual se procura exprimir, seja de que maneira for, o funcionamento real da mente humana”.

Os principais surrealistas são Dalí, Ernst, Arp, Klee, Miro, Tanguy, Magritte, e mais recentemente Dubuffet, Matta e Lam.

Os cubistas descobriram em 1905 a pintura de Henri Rousseau. Assim começou a valorização da pintura “ingênua”, às vezes chamada (erroneamente) “primitiva”. O pintor ingênuo não teve aprendizagem acadêmica, produzindo por absoluta necessidade de expressão. Julga-se intimamente um realista, e tem em mira copiar com a maior fidelidade a natureza – adicionando, porém, à cópia, certo elemento poético, que lhe é inato. O colorido, o mais das vezes, é livre; o desenho, econômico.

Além de Rousseau, celebrizaram-se especialmente os “ingênuos” Séraphine (1864-1934), Vivin (1861-1936), Bombois (n. 1883), Bauchant (1873-1958).

Para os teóricos do realismo social, a arte se destina ao proletariado, devendo ser rejeitada como falsa a que ultrapasse o seu entendimento. O fim da arte seria então “ajudar o proletariado a atingir os seus destinos”. Essa teoria artística, adotada oficialmente pela U.R.S.S., conquistou adeptos em vários países, logo após a última guerra e, a despeito de contar entre os seus fiéis com artistas da categoria de Rivera, Orozco, Tamayo, Siqueiros, quase descambou para um frio academicismo.

Tendências Abstratas, o movimento contra o Naturalismo atingiu no século atual seu ponto máximo. Datam as primeiras obras não-figurativas, como ficou dito, de antes de 1914. Mas após 1945 é que o Abstracionismo veio a ser introduzido em quase todos os países. Com a diferença de que, antes de 1914, a arte abstrata era intelectualmente disciplinada, apegando-se à forma geométrica, à ordem, à harmonia; ora, após 1945, o que se viu foi a vitória de um abstracionismo não mais baseado na razão, mas na intuição. Abstracionismo a que se chamou de Expressionismo Abstrato, e que se divide em quase tantos estilos quantos são os pintores que o praticam. A influência dos ideogramas orientais fez-se sentir mais recentemente sobre os tachistas (do francês tache, mancha), liderados por Wols e Fautrier, e sobre os adeptos da Action Painting, ou pintura do gesto, capitaneados por Pollock, Kline, Tobey, etc.
Os Independentes. À margem de tendências e de movimentos, a arte moderna presenciou o aparecimento de pintores independentes,que sofreram, é certo, a influência dessa ou daquela estética, mas sem se apegarem nunca a nenhuma em caráter definitivo. Os principais entre tais artistas são Utrillo e Modigliani, Soutine e Kokoschka, Chagall e Rouault, em verdade, alguns dos mais notáveis artistas do século.

A primeira exposição de arte moderna no Brasil foi a efetuada em 1913 por Lasar Segall em São Paulo. Despertou maiores reações a de Anita Malfatti, realizada ainda em São Paulo, em 1916. Sempre em São Paulo, realizou-se em 1922 a Semana da Arte Moderna, de que participaram Di Cavalcanti, Brecheret e Goeldi. A Semana teve a vantagem de tornar nacional um movimento até então puramente local.

No Brasil repercutiram fracamente movimentos como Cubismo (que influiu, porém, sobre o Pau-Brasil, de 1926, e o antropofagista, de 1928, de Tarsila do Amaral), o Futurismo, a Arte Metafísica, o Surrealismo. Um construtivismo retardado originou-se no Rio de Janeiro e em São Paulo sob a denominação de Concretismo, logo seguido pelo Neoconcretismo, na década de 1950.

Quanto ao Expressionismo, tem em Segall e em Portinari seus principais seguidores, e no setor da gravura gerou um mestre como Goeldi, falecido em 1961. Os principais “ingênuos” nacionais são, no Rio de Janeiro, Heitor dos Prazeres, em São Paulo, José Antônio da Silva. Logo após a II Guerra Mundial, o Realismo Social fez seu aparecimento, com artistas como Scliar e Glauco Rodrigues, que depois iriam conduzir suas pesquisas em outros sentidos. Com Antônio Bandeira, Milton Dacosta e outros, instalou-se, por volta de 1947, o Abstracionismo, hoje generalizado. Quanto a independentes, possui o Brasil em Pancetti, Guignard, Djanira e Iberê Camargo seus mais notáveis representantes.

Outras datas notáveis da arte moderna no Brasil: 1935, Portinari é premiado em Pittsburgh com o quadro “Café”, 1958, criação do Museu de Arte Moderna do Rio; 1951, Primeira Bienal de São Paulo e criação do Salão Nacional de Arte Moderna.


Fonte: www.portalartes.com.br

Minimalismo

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A tendência à arte minimalista desenvolveu-se nos EUA durante os anos 50 e só usava as formas geométricas mais simples. O caráter impessoal desse gênero é visto como reação à emotividade do expressionismo abstrato.

Se o expressionismo abstrato dominava as décadas de 1940 e 1950, o minimalismo era fenômeno dos anos 60. surgiu da arte contida e espartana de expressionistas abstratos como Mark Rothko e Barnett Newman. Conceito amplo, o minimalismo alude ou à redução da variedade visual numa imagem, ou ao nível de esforço artístico necessário para produzir tal redução. A conseqüência é uma forma de arte mais pura e livre de mistura que quaisquer outras, despojada de referências não essenciais e incontaminada pela subjetividade.

Pode-se dizer que Ad Reinhardt (1913 – 1967) foi o minimalista por excelência. Começou pela all-over painting nos anos 40, mas na década seguinte amadureceu para o que julgou serem suas telas “definitivas”: obras de cores plenas que se atinham severamente ao mínimo.

Reinhardt escureceu a paleta e eliminou a tal ponto o contraste entre cores adjacentes que, após 1955, sua arte restringiu-se a sutilíssimas variações de preto intenso e de tons quase pretos. Professor inspirador e teórico franco, acreditava ardorosamente em reduzir a arte à forma mais pura e, por extensão, ao estado espiritual mais puro. Na grande e luminosa extensão de Abstract painting number 5 (Pintura abstrata número 5), nessa superfície uniforme, intensa e negro-azulada, a mão do artista faz-se propositalmente invisível.
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Conseguimos discernir os tênues contornos de uma cruz que surge quase como se Reinhardt não a houvesse pintado. Não é uma cruz cristã; caso se trate mesmo de uma imagem religiosa, ela o será no sentido mais amplo possível, com uma vertical infinita e uma horizontal também infinita – as insondáveis dimensões do espírito humano.

Frank Stella tornou-se figura fundamental na arte americana dos anos 60. em 1959, produziu uma série de controvertidas pinturas para a mostra “Dezesseis americanos” do Museum of Modern Art, em Nova York. As obras que expôs eram todas all-over paintings cortadas por tiras de tela intocada, criando padrões geométricos severos. Stella eliminou conscientemente a cor, usando tinta preta e depois cinza-metálica para, assim, reduzir a idéia de ilusão; até mesmo seu procedimento de pintura ficou sistemático e minimalista. A arte de Stella não leva em consideração os limites retangulares das telas tradicionais, fazendo-nos lembrar que, não importa quais conotações suas pinturas possam evocar, elas continuam a ser essencialmente objetos coloridos. Six Mile bottom (O fundo do lago Six Mile), muitas vezes considerada apenas um motivo decorativo, é uma obra muitíssimo bem-sucedida, e poderíamos dizer que ela pressupõe existir uma ordem central nos assuntos terrenos.


A aridez geométrica dessa fase teve bastante influência, mas Stella tornou-se um artista tão vivaz, profuso e desafiante, que ficamos admirados com a nobre pureza de seus primeiros trabalhos. Será que em 1959 a explosiva alegria do pintor ainda não fora descoberta? Ou ela se ocultava na singular rigidez de Six Mile bottom?

Nunca existirá consenso universal a respeito dos pintores contemporâneos, mas há alguns nomes que tem inequívoca grandeza. Agnes Martin, canadense naturalizada americana, é um desses nomes. Untitled number 3 (Sem título numero 3) é simplesmente um quadrado de 183 centímetros onde uma borda quase desprovida de cor encerra grandes faixas. No centro, jaz um rosa claríssimo, ladeado por dois retângulos de azul ou roxo pálido. A brandura e delicada serenidade dessa obra expõe-se diante de nossos olhos sem que nada pareça acontecer. Mas é preciso ficarmos com Agnes Martin, como se perscrutássemos as águas de um lago, até que a pintura desabroche e floresça.

Em Dorothea Rockburne, há muito mais para aprender e reter. É uma artista muitíssimo intelectual, que frequentemente se inspira nos mestres anteriores ao século XIX, e combina vigorosa austeridade a grande percepção lírica. Algumas de suas obras mais maravilhosas foram executadas com óleo e com folheado de ouro (tal como faziam os iluminadores medievais) sobre linho preparado com gesso de maneira tradicional.


Em Capernaum Gate (Portão de Cafarnaum), com esses recursos simples, ela dobra, desdobra e cria majestade geométrica, usando o máximo esplendor dos tons saturados e fazendo-nos ver em sua obra algo de sacro e irônico.

Fonte: www.portalartes.com.br

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Perfil da profissão: Designer Industrial

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O Designer de Produto compreende o uso criativo de habilidades técnicas no desenvolvimento de projetos de produtos industriais com o objetivo de facilitar o seu uso. É um campo de atuação que permite desenvolver diversas atividades; de projetos de interiores à projetos voltados a inovação e lançamentos de novos produtos.

Como outras áreas de conhecimento, foi profundamente afetado pela revolução tecnológica dos últimos anos e que universalizou o uso de sistemas informatizados de produção industrial.

A seguir, são listadas algumas áreas de especialização profissional. Alguns designers de produto se especializam em apenas umas delas, enquanto outros, atuam simultaneamente em mais de uma área.

  • Móveis;
  • Interiores;
  • Objetos para o Lar;
  • Cerâmica;
  • Transportes;
  • Mobiliário Urbano;
  • Eletro-eletrônicos;
  • Moda;
  • Jóias.
Fonte: Departamento de DESIGN | u f p r

Design de produto

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“O design de produto é uma atividade criativa cujo objetivo é determinar as propriedades formais dos objetos produzidos industrialmente. Por propriedades formais não se deve entender apenas características exteriores mas , sobretudo, as relações estruturais e funcionais que fazem de um objeto(ou de um sistema de objetos) uma unidade coerente tanto do ponto de vista do produtor quanto do consumidor. O design industrial abrange todos os aspectos do ambiente humano condicionado pela produção industrial. ”


Fonte: ICSID- Internacional Council of
Societies of Industrial Design.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Breve história do Design.

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Fazendo um brevíssimo histórico do design, pode-se dizer que o termo surgiu formalmente no período pós revolução industrial, quando se buscava uma nova identidade estética que pudesse ser reproduzida em grande escala. É que no período anterior, os objetos eram todos construídos artesanalmente, com acabamento personalizado e preços à altura da exclusividade. Com a revolução industrial, a grande massa passou a ter acesso a objetos de custo até então proibitivo.

Os meios de produção ainda não estavam bem amadurecidos, de maneira que os objetos produzidos industrialmente eram feios, desajeitados e malacabados.

Tentava-se reproduzir pela máquina o que anteriormente era feito à mão, e os resultados são fáceis de imaginar.

Movimentos estéticos como o Arts and Crafts, Art-Noveau, Art-Deco e Werkbund surgiram com o intuito de suprir essa demanda e definir um novo conceito construtivo. O empreendimento mais bem sucedido nesse campo foi o advento da Escola de Bauhaus, inaugurada em 1919, na República de Weimar, então sede do governo alemão. Essa escola influenciou várias gerações de designers e o vem fazendo até agora, tão forte foi sua importância na nova definição estética que ajudou a consolidar.

Foi com a Bahaus que a máxima “a forma segue a função”, atribuída ao arquiteto Louis Sullivan, foi efetivamente considerada uma premissa deprojeto. Acabaram-se os arabescos inúteis, os adornos excessivos, o luxo e a exuberância. Os objetos e as edificações foram despidas, revelando-se em suas formas mais simples e puras. Mais tarde, o radicalismo inicial foi dando lugar a formas mais orgânicas, e vários movimentos sucederam-se a esse. Com o tempo, observou-se que o mercado associava determinadas formas e imagens a determinadas empresas, cujos símbolos imbuíam as suas personalidades. Assim, o design não passou a ter importância apenas na forma do produto, mas também na identidade corporativa da empresa.

Fonte: Lígia Cristina Fascioni, M. Eng. Outubro, 2001


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Metodologia, métodos e técnicas para o desenvolvimento de produtos - definição

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Para o desenvolvimento de produtos, há uma vasta quantidade de métodos e técnicas que visam resolver os problemas e questões que envolvem o entorno material dos produtos existentes e em desenvolvimento, mas não se pode dizer que há um método ou técnica únicos que atendam a todas as situações possíveis. Cada designer se identifica com um método e/ou técnica específica e cada desenvolvimento projetual requer uma situação diferente.

Cada produto de design é resultado de um processo de desenvolvimento determinado por condições e decisões. Desse modo, a metodologia projetual não tem o objetivo de estabelecer um único método de design e nem tão pouco deve ser confundida com receita de bolo, que quando seguida, proporciona um resultado previamente estabelecido.

Antes de mais nada é importante fixar na memória a diferença entre metodologia, método de desenvolvimento de projeto e técnica de desenvolvimento de projeto.

Metodologia é o estudo dos métodos, técnicas e ferramentas e de suas aplicações à definição, organização e solução de problemas teóricos e práticos (BOMFIM, 1995).

Pode-se dizer que método projetual é o processo o qual o designer faz uso para chegar a uma solução, considerando todas as características e processos pelos quais um produto deverá passar para atender satisfatoriamente às funções pré determinadas.

Técnicas de desenvolvimento projetual são itens utilizados segundo a necessidade e/ou conveniência do designer para auxiliar no processo de desenvolvimento do projeto.

De modo geral, dando mais ênfase a uma etapa ou outra, ou ainda alterando-se a ordem e nomenclatura, os métodos apresentam uma estrutura similar:

Problema: identificação e definição de uma necessidade/oportunidade de projeto.

Levantamento de dados: coleta de informações teóricas e de mercado e subsequente análise.

Geração de alternativas: definição de conceitos (em geral, muitos).

Seleção de alternativas: análise, seleção e teste da melhor alternativa.

Desenvolvimento do produto: produção.

Antes de apresentar alguns métodos e técnicas, é importante expor mais algumas considerações sobre métodos:


Métodos servem para auxiliar no desenvolvimento de produtos, aumentando as chances de obter êxito.

Não é possível utilizar um método padronizado de planejamento de produto para todos os casos.

Métodos podem ser mesclados e até reinventados (com muito critério) de acordo com a necessidade do projeto e/ou equipe de desenvolvimento.

Quanto mais dispendioso o desenvolvimento do produto, mais detalhado deve ser seu planejamento, para justificar o investimento.

Empresas podem investir desde centenas até bilhões em projetos, e de acordo com o investimento, deve ser seu planejamento.

A partir de agora, serão apresentados três de vários métodos utilizados pelos principais autores da área do design e principais técnicas que compõem esse processo.


Método de Löbach


Análise do problema:

Análise da necessidade

Análise da relação social homem-produto
Análise da relação produto-ambiente
Desenvolvimento histórico
Análise do mercado
Análise da função
Análise estrutural
Análise da configuração (funções estéticas)
Análise de materiais e processos de fabricação
Patentes, legislação e normas
Análise de sistema de produtos
Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção
Descrição das características do novo produto
Exigências para com o novo produto

Definição do problema e dos objetos

Alternativas de design:
Conceitos do design
Alternativas de solução
Esboços de idéias, modelos

Avaliação das alternativas de design:
Escolha da melhor solução
Incorporação das características ao novo produto

Solução de design:
Projeto mecânico
Projeto estrutural
Configuração dos detalhes (raios, elementos de manejo, etc.)
Desenvolvimento de modelos
Desenhos técnicos, desenhos de representação
Documentação do projeto, relatórios.


Bruno Munari


DP - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: Nessa definição, encontram-se os objetivos do material. Se é material textual, a definição de público alvo delimita o aprofundamento teórico metodológico do mesmo, bem como a seleção de autores para leituras de apoio.

Em geral, ao chegar a esta parte, depois das definições do problema, tem-se a "idéia". E pode mesmo parecer que o problema está resolvido... Mas a "idéia" não pode ser considerada como solução.


Uma idéia pode surgir e ser depois substituída por outra, e outra e mais outra ao longo do desenvolvimento do projeto.


É certo que as idéias ajudam ao desenvolvimento, mas sozinhas não resolvem a questão.


CP - COMPONENTES DO PROBLEMA: Qualquer que seja o problema a identificação dos componentes do problema simplifica a resolução deles.


Separar em "áreas" específicas cada um dos itens pode ser uma boa forma de agir.


Conteúdo, público alvo, objetivo, metodologia, atividades, avaliação, aspectos ergonômicos de utilização como adequação de linguagem, repertório interpretativo e comunicação visual - adequação de cores, tipologia, etc., são alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração nessa etapa do desenvolvimento do projeto.


Dividir em categorias específicas ajuda a orientar uma ação mais efetiva a cada ponto, no cumprimento dos objetivo.


CD - COLETA DE DADOS:
Depois de identificarmos os componentes do nosso problema e os subdividirmos em sub problemas, iniciamos a fase de coleta de dados.


Colher dados significa procurar conhecer cada parte do todo de um projeto, separadamente.


Por exemplo, pode-se fazer uma pesquisa de materiais já desenvolvidos para em outros suportes, quais as características deles. Conhecer os materiais não significa tomar como exemplos, mas sim, saber o que já foi feito e daí, procurar conhecer o que efetivamente dá ou não resultados. Com isso, corre-se menos risco de errar.


Pode-se procurar conhecer a maioria dos recursos do suporte que estamos trabalhando, como linguagens, tecnologias, etc.


AD - ANÁLISE DE DADOS: Depois de se colherem os dados devem-se analisá-los. Então, a análise mostra o que se deve ou não fazer, usar, aproveitar, enfim, é a análise dos dados que permite estabelecer o passo seguinte: Criatividade.


C – CRIATIVIDADE: Como se pode observar no diagrama, a IDEIA dá agora lugar a um novo conceito: a criatividade.


É o conceito de criatividade, ao contrário do de idéia que ocupa, assim, a seqüência de passos no desenvolvimento de materiais para .


Enquanto IDEIA somente está relacionada ao "fantástico" a fantasia, o sonho, a criatividade processa-se de acordo com um método definido e mantém-se nos limites impostos pela análise dos dados colhidos.


Criatividade, bem aplicada, e dentro do programa de objetivos traçados e definidos pelos passos anteriores do processo de desenvolvimento pode agregar valores diferenciais a um projeto.


MT - MATERIAIS E TECNOLOGIAS: A fase chamada de Materiais e Tecnologias pode, a princípio, parecer uma repetição da fase de coleta de dados, o que não é verdade.


A coleta de dados pode até mostrar possibilidades, é uma fase de conhecimento das opções inclusive de materiais e tecnologias, mas é somente depois da aplicação da criatividade que se efetivam escolhas definitivas tanto em materiais como em relação as tecnologias mais adequadas aos objetivos projetos.


Escolher tecnologias e recursos só porque "estão na moda", pode ser um erro grave.


E – EXPERIMENTAÇÃO: É nesta fase que começamos a "testar" o material.

É na experimentação que se conseguem solucionar problemas que antes pareciam insolúveis.
Na experimentação pode-se aplicar um conceito de uma área pouco explorada, como forma de otimizar resultados.
A área artística se utiliza mais de experimentações que a maioria das outras áreas, porém, se respeitados limites de "bom senso", a experimentação pode trazer grandes progressos.
A fase de experimentação vem, claramente, antes do modelo final de projeto, no sentido de permitir testagem de materiais, tecnologias e métodos para melhor atingir objetivos.
Não visa substituir o que já foi feito, nem tem a pretensão de inovar sempre, mas sim de certificar que as escolhas tenham sido feitas levando-se em conta todas as possibilidades e tenha-se optado pelos mais adequados.
Não é uma fase imprescindível ao projeto, mas é bastante interessante se fazer experimentações criativas. Pode-se obter resultados além dos esperados com a utilização dita "normal" dos meios e ferramentas.

M – MODELO: Chega-se, enfim, ao modelo.


Depois de todas as fases anteriores tem-se agora, um modelo pronto.


Um modelo é algo que sintetiza as idéias em relação a um objetivo.


Até esta fase, não fez nada que se assemelhe a uma "solução" efetiva, mas temos dados suficientes para afirmar que as hipóteses de erros estão bem mais reduzidas.


Podemos, agora, estabelecer as relações entre os dados recolhidos, agrupar os subproblemas e efetivar a construção dos esboços para a elaboração do modelo que pretendemos aplicar como solução efetiva ao nosso problema inicial.


Ao procedermos a redação, montagem do modelo, temos a segurança de estarmos trabalhando com dados testados, de resultados comprovados ou, no mínimo, objetivos efetivamente atingidos.


Os modelos demonstram as possibilidades reais de uso de materiais, técnicas e metodologias.


São, portanto, o resultado de um trabalho consistente de elaboração.


Passaremos a seguir, para as fases finais: verificação, retificação, correções e, por fim, a SOLUÇÃO, que é a elaboração adequada do material para os objetivos esperados.


V – VERIFICAÇÃO: A fase de verificação de um projeto se torna necessária pela a necessidade de comprovação de eficiência de um material desenvolvido antes da efetiva aplicação.


É na verificação que se observam as falhas, caso existam, e se corrigem as mesmas.


Pode também, haver possibilidade de existência de dois ou mais modelos e é na verificação que se decide por este ou aquele, depois de testados os funcionamentos.


Apresenta-se o modelo a certo número de possíveis usuários, e pede-se que dêem seu parecer sobre o ou os modelos apresentados.


É neste momento também que se "fecham" questões quanto a conteúdos controversos ou a permanência ou não de determinada tecnologia.


Desenho Final

O desenho final é, então, uma síntese de dados levantados ao longo de todo um processo que envolve fases distintas.

Portanto é a obra resultante de diversas áreas agregadas em torno do objectivo principal.



Metodologia de Baxter:


Planejamento do produto

Nas empresas, deve-se considerar o momento da empresa e definir qual produto será desenvolvido para atingir a meta da empresa. É importante descrever a especificação da oportunidade, com questionamentos básicos sobre o projeto, como por exemplo como o mesmo se destacará no mercado, ou o que fará com que as pessoas comprem o produto e assim por diante. Define-se ainda as restrições do projeto e do processo produtivo. Ainda nesta etapa, são realizados a coleta de dados teóricos e de mercado, incluindo abordagem com potenciais usuários/consumidores, e planejamento criterioso do estilo.


Projeto conceitual

Após um criterioso e bem elaborado planejamento e a especificação da oportunidade, inicia-se o projeto conceitual para geração de muitos conceitos. Alguns conceitos são pré-selecionados e analisados segundo alguns critérios, mas não são verificados aqui restrições práticas. Feito isso, faz-se um novo planejamento para próximas etapas, atribuindo tarefas a cada membro da equipe de desenvolvimento e cronograma.

Projeto de configuração

Inicia-se a geração de mais idéias sobre conceitos escolhidos, explorando as formas possíveis de fabricar o produto, considerando aqui todos os elementos e restrições projetuais existentes.

Nessa etapa é comum detectar alternativas do projeto não consideradas anteriormente ou promover alguma alteração técnica envolvendo materiais e processos de fabricação. Isso pode levar ao retrocesso no processo, para se verificar as implicações das alterações com relação ao planejamento inicial. Geralmente o tempo gasto nas revisões de projeto é inferior ao desenvolvimento inicial, uma vez que o caminho já é conhecido. Chegando novamente à configuração do produto, é selecionada a melhor alternativa, podendo ser selecionada por técnicas avançadas de seleção, como a Matriz de Seleção. É realizada uma análise de possíveis falhas ou defeitos, deve ser construído um protótipo e realizam-se testes.


Projeto detalhado

Sendo aprovado, passa-se para o detalhamento, através de desenhos do produto e seus componentes, e a construção de um protótipo experimental. Nessa etapa é definido o detalhamento final dos componentes, montagem do produto, e é possível efetuar testes físicos ou de funcionamento do produto junto aos seus potenciais usuários/consumidores (teste qualitativo).

Projeto para fabricação

Uma vez acertados os detalhes, é confeccionado, em alguns casos, um protótipo de produção onde serão definidos os parâmetros para o processo de produção na indústria. A aprovação desse modelo ou protótipo final encerra o processo de desenvolvimento do produto em questão.

A partir desse ponto, começa-se a produção e o lançamento do produto no mercado.


Fonte: Cristina do Carmo Lucio.


 
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